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Quem é a mulher que fingiu ter câncer e arrecadou cerca de R$ 60 mil em doações em MG

Feirante Renata Mara conquistou a confiança de vizinhos de Divinópolis, que a ajudaram em rifas e eventos durante o falso tratamento. Ela foi indiciada e resp...

Quem é a mulher que fingiu ter câncer e arrecadou cerca de R$ 60 mil em doações em MG
Quem é a mulher que fingiu ter câncer e arrecadou cerca de R$ 60 mil em doações em MG (Foto: Reprodução)

Feirante Renata Mara conquistou a confiança de vizinhos de Divinópolis, que a ajudaram em rifas e eventos durante o falso tratamento. Ela foi indiciada e responderá por estelionato e falsidade ideológica. Mulher de Dinivópolis fazia postagens nas redes sociais simulando estar com câncer Reprodução/Redes Sociais Moradores de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, acompanham revoltados o caso de uma mulher de 43 anos, do Bairro Santo Antônio dos Campos (Ermida), investigada por simular um câncer para arrecadar doações. Ela foi indiciada por estelionato e falsidade ideológica nesta semana. Segundo a Polícia Civil, Renata Mara Rodrigues afirmou por mais de um ano que estava com a doença em estágio avançado. Ela foi ajudada com rifas, vaquinhas on-line, cavalgadas e outros eventos beneficentes, recebendo cerca de R$ 60 mil. O g1 ouviu pessoas próximas a Renata, que descreveram o histórico dela e rotina como feirante. Na quinta-feira (3), ao ser procurada pela reportagem, ela atendeu à ligação, mas disse que não comentaria o caso. A TV Integração também ligou para ela na sexta (4), mas a chamada não foi concluída. A defesa dela não foi encontrada. Feirante e trabalhadora Conforme produtores, a indiciada era presença conhecida em eventos de produtores rurais do bairro. “A gente via a força dela. Ela montava a barraca e vendia tudo", contou um produtor que fornecia verduras para a feirante. Ele preferiu não ser identificado. “Por isso ninguém imaginava nada errado. Ermida [o bairro] inteira ficou comovida, todo mundo ajudou comprando rifas, participando de evento. Quando estourou a história, o povo ficou abismado”. ➡️ Clique aqui e siga o perfil do g1 Centro-Oeste de Minas no Instagram Uma vizinha, que também preferiu não se identificar, disse que a rotina simples da vendedora reforçava a imagem de necessidade. “Ela é mãe solteira, sempre correu muito atrás. Em março me pediu R$ 2 mil para comprar “injeções anticoagulantes”. Mandei mensagem para meus grupos de produtores, organizei campanha de Pix. A comunidade inteira se mobilizou”. Ainda segundo ela, a mulher disse ter enfrentado um câncer no estômago em 2022, quando de fato passou por uma cirurgia. “Me lembro que, quando sugeri tratamento em Barretos, cidade referência, onde tenho alguns contatos, ela disse que havia 'jogado todos os laudos fora'. Como alguém com câncer joga laudos fora?”, questionou. Conforme ela, a primeira desconfiança surgiu em abril deste ano: “Ela pressionava muito toda a comunidade. Ela precisava de R$ 2 mil, eu consegui para mais de R$ 1 mil e ela chegou a me dizer que ficaria sem as injeções porque não tinha conseguido o valor total. Foi quando eu comecei a questionar”, disse ela, que relembra algumas das ações beneficentes. “Foram três rifas de air fryer, por R$ 10 cada. Rifa de tábua de churrasco, caixa de cerveja. Rifa de um bezerro doado por um produtor da região. Teve cavalgada solidária com show sertanejo e barraquinhas de comida. Foram muitas ações”. Rifa solidária feita para Renata Mara, que disse estar em tratamento contra o câncer Reprodução Caso investigado na Polícia Civil Algumas suspeitas começaram a surgir e foram comunicadas à polícia. Conforme a delegada Adriene Lopes, responsável pelas investigações, vários documentos foram analisados até a conclusão do inquérito. “Nós tivemos acesso a vários documentos, inclusive plano de saúde que ela contratou e nós buscamos junto aos hospitais a respeito de tratamento de saúde. Tudo isso foi analisado pelos médicos legistas, que elaboraram o laudo e constataram que tudo não passava de uma fraude. Não tinha nada de doença grave”. Indiciada nesta semana, a suspeita segue em liberdade enquanto a Justiça avalia se decreta ou não sua prisão preventiva. A delegada alerta para o impacto social do caso. “Já encaminhamos o processo para a Justiça e para a promotoria. As pessoas devem tomar cuidado, até mesmo na questão social de solidariedade. Você deve procurar saber para não ajudar um criminoso e deixar de ajudar quem verdadeiramente precisa”. Cavalgada beneficiente em prol de Renata Mara, suspeita de ter fingido ter câncer Reprodução/Redes Sociais LEIA TAMBÉM Golpes com dados reais de vítimas crescem em Divinópolis e assustam moradores; veja como se proteger Polícia investiga revendedora de cosméticos suspeita de aplicar golpes em clientes em Divinópolis ASSISTA TAMBÉM: Mulher é indiciada por fingir câncer para receber doações Feirante de Divinópolis finge ter câncer para receber doações 📲 Siga o g1 Centro-Oeste MG no WhatsApp, Facebook e X VÍDEOS: veja tudo sobre o Centro-Oeste de Minas